SEGUNDO LEVANTAMENTO DO JORNAL O DIA, EM DUQUE DE CAXIAS SOMENTE DE JANEIRO A JUNHO DE 2011 OCORRERAM1415 ROUBOS DE CARROS, CONTRA 972 DE 2010.
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Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está, há pelo menos cinco anos, na liderança do incômodo ranking de roubos e furtos de carros. Dados recentes do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que esta modalidade de crime cresceu 55% na cidade, apenas entre março e maio deste ano, se comparado ao mesmo período de 2010. Foram 240 casos a mais, passando de 436 para 676 ocorrências.
Infográfico O Dia
Em toda a região da Baixada, foram 2.997 roubos de carros entre os meses de janeiro e junho de 2011, contra 2.760 em 2010. E os furtos caíram de 1.881 para 1.602. Na sexta-feira, bandidos roubaram um Zafira na Rodovia Washington Luiz e foram fazer arrastão em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio.
O médico X. (não quis ser identificado) contou que ele, a mulher e as duas filhas, uma jornalista e a outra advogada, tiveram nove carros roubados em seis anos. Os roubos, segundo ele, aconteceram nas ruas José de Souza Herdy, Venâncio Flores e Assumpção, perto da Praça do Humaitá, no bairro 25 de Agosto. “Apesar de o seguro reembolsar, tivemos muitos prejuízos. Os gastos são de R$ 2 mil a R$ 3 mil com cada carro levado”, lamenta.
Só a Área Integrada de Segurança Pública 15 (Aisp 15), que congrega o 15º BPM e quatro delegacias (59ª, 60ª , 61ª e 62ª DPs), registrou no primeiro semestre 1.415 roubos de carros, contra 972 em 2010. Os furtos tiveram queda, de 549 para 530.
Os pontos de maior incidência, segundo a polícia, são as rodovias Washington Luiz (BR-040), perto do Shopping Caxias, e Rio-Teresópolis (BR-116), entre o Hospital de Saracuruna e Imbariê.
No ano passado, o cantor Ivan Lins, que estava acompanhado da mulher, teve o seu Toyota Corolla roubado, ao meio-dia. Nas imediações do trevo da Rio-Magé, ele foi rendido por dois bandidos, que levaram ainda a agenda de shows e outros pertences.
Zito, que flagrou ataque, diz que policiamento é falho
O prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito, contou que há um mês foi testemunha de um roubo. Ele diz que assistiu a um assalto na Rodovia Washington Luiz, perto do Caxias Shopping, e que viu o assaltante colocar uma arma na cabeça do motorista.
Segundo ele, o bandido mandou o motorista sair do carro e fugiu com o veículo na direção da Vila Operária. “Liguei para a polícia imediatamente”.
Ele citou, como bairros onde são necessárias ações da polícia, Centenário, Mangueirinha, Olavo Bilac e Vila São Luiz. E atribuiu o aumento do roubo de carros à falta de planejamento dos órgão de segurança pública.
Para Zito, os bandidos encontram facilidade. “É preciso instituir uma força-tarefa envolvendo as polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal, além da Guarda Municipal”.
O prefeito disse que já pediu ajuda à Secretaria de Segurança Pública e espera que providências sejam tomadas. “A situação está inaceitável”, afirmou.
Tratamento psicológico para superar trauma
A empresária Márcia Simplício da Silva, 49 anos, faz tratamento psicológico desde 14 de julho. Naquele dia, seu Meriva ano 2009 foi roubado na Rio-Teresópolis. Ao passar pelo viaduto da Washington Luiz, em frente ao Hospital Adão Pereira Nunes, ela e uma amiga foram atacadas.
Mantidas reféns, elas foram abandonadas na favela da Vila do João, em Bonsucesso, Zona Norte do Rio. “Nos encapuzaram e rodaram bastante com a gente. No trajeto, faziam ameaças, pedindo cartão de crédito, senhas e dinheiro”, contou Márcia.
Foi o segundo assalto sofrido por ela em Caxias. Hoje, Márcia se sente desprotegida e deprimida e diz que não tem mais vontade de sair de casa. “Caxias é uma cidade muito perigosa para quem anda de carro”, desabafou.
No assalto do mês passado, além de documentos pessoais, foram roubados R$ 400, celulares, um cordão de ouro e um relógio. Ela fez o registro na 60ª DP (Campos Elíseos). “Por ironia do destino, trabalho na área de seguro”, revelou Márcia.
A empresária, agora, evita sair sozinha à noite e não costuma dirigir em rodovias, como a Rio-Teresópolis. “Infelizmente, tenho que enfrentar a situação, pois preciso sair de casa para trabalhar”, diz.
Fonte: O DIA