sexta-feira, 11 de julho de 2014

EFEITOS ADVERSOS DA MACONHA

EFEITOS ADVERSOS DA MACONHA

Drauzio Varella

Maconheiro é louco para dizer que maconha não vicia nem faz mal.
Vou resumir uma revisão da literatura sobre os efeitos adversos da maconha, publicada no The New England Journal of Medicine, por pesquisadores americanos do National Institute on Drug Abuse:

Os inquéritos mostram que 9% dos que experimentam se tornam dependentes. Esse número chega a um em cada seis, no caso daqueles que começam a usá-la na adolescência. Entre os que fazem uso diário, 25% a 50% exibem sintomas de dependência.1) Dependência
Comparados com os que começaram a fumar na vida adulta, os que o fizeram enquanto adolescentes apresentam duas a quatro vezes mais sintomas de dependência, quando avaliados dois anos depois de fumar o primeiro baseado.
Uma vez instalada a dependência, surgem crises de abstinência: irritabilidade, insônia, instabilidade de humor e ansiedade.

2) Alterações cerebrais
Da fase pré-natal aos 21 anos de idade, o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiado pelas experiências. Nesse período, fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC).
Adultos que se tornaram usuários na adolescência, apresentam menos conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controlam funções como aprendizado e memória (hipocampo), atenção e percepção consciente (precúneo), controle inibitório e tomada de decisões (lobo pré-frontal), hábitos e rotinas (redes subcorticais).
Essas alterações podem explicar as dificuldades de aprendizado e o QI mais baixo dos adultos jovens que fumam desde a adolescência.

3) Porta de entrada
Qualquer droga psicoativa pode moldar o cérebro para respostas exacerbadas a outras drogas. Nesse sentido, o THC não é mais nocivo do que o álcool e a nicotina.

4) Transtornos mentais
O uso regular aumenta o risco de crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade genética. Uso frequente, em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o curso da esquizofrenia, e reduzem de dois a seis anos o tempo para a ocorrência do primeiro surto.
O que os estudos não conseguem estabelecer é a causalidade, isto é, se a maconha provoca esses distúrbios ou se os portadores deles usam a droga para aliviar suas angústias.

5) Performance escolar
Na fase de intoxicação aguda, o THC interfere com funções cognitivas críticas, efeito que se mantém por alguns dias. O fato de a ação no sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação do THC, faz supor que o uso continuado, em doses elevadas, provoque deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção, funções essenciais para o aprendizado.
Essas relações, no entanto, são muito mais complexas do que os estudos sugerem. O uso de maconha é mais frequente em situações sociais que interferem diretamente com a escolaridade: pobreza, desemprego, falta de estímulos culturais, insatisfação com a vida e desinteresse pela escola.

6) Acidentes
A exposição ao THC compromete a habilidade de dirigir. Há uma relação direta entre as concentrações de THC na corrente sanguínea e a probabilidade de acidentes no trânsito.

7) Câncer e doenças pulmonares
Embora a relação entre maconha e câncer de pulmão não possa ser afastada, o risco é menor do que aquele associado ao fumo.
Por outro lado, fumar maconha com regularidade, durante anos, provoca inflamação das vias aéreas, aumenta a resistência à passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar, alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração de que o uso ocasional cause esses malefícios.
O uso frequente agride a parede interna das artérias e predispõe ao infarto do miocárdioderrame cerebral e isquemias transitórias.
Nos Estados Unidos, país em que a maioria desses estudos foram realizados, o conteúdo de THC na maconha apreendida aumentou de 3% nos anos 1980, para 12% em 2012. O aumento da concentração do componente ativo dificulta ainda mais a interpretação dos estudos sobre os efeitos do uso prolongado.
E sobre os efeitos benéficos da maconha, nenhuma palavra?
Lamento desapontá-lo, leitor aflito, mas prometo que será o tema da próxima coluna.

fonte.: 
http://drauziovarella.com.br/dependencia-quimica/efeitos-adversos-da-maconha/

quinta-feira, 3 de abril de 2014

TUTORIAL SAM BROADCASTER – CONFIGURANDO A TRANSMISSÃO EM SUA WEB RÁDIO

TUTORIAL SAM BROADCASTER – CONFIGURANDO A TRANSMISSÃO EM SUA WEB RÁDIO

O programa Sam Broadcaster é uma poderosa ferramenta para gerenciar e transmitir o áudio para web rádios. Além de possuir diversas ferramentas, a interface é modularizada, podendo ser personalizada com as ferramentas mais utilizadas.
O Sam Broadcaster possui três telas distintas, chamadas de Desktops, onde cada um contém várias janelas. Para configurar a transmissão, utilizamos a janela “Encoders”, normalmente disponível no desktop B.
Ao localizar a janela “Encoders”, clique sobre o segundo botão, para adicionar uma nova configuração de transmissão.
Será exibida uma janela com diversas opções de tipos de transmissão, os mais utilizados são MP3 (Lame_Enc), para transmissões em MP3, e aacPlus v2, para transmissões em AAC+.
Selecione a opção adequada a sua web-rádio e clique em OK.
Nesta seção definiremos todos os dados da transmissão, começando pela qualidade de transmissão.
Preencha os campos desta forma:
  • Codec: Padrão transmissão;
  • Samplerate: Taxa de amostragem do áudio;
  • Bitrate: Qualidade da transmissão;
  • Channel Mode: Selecione a quantidade de canais (estéreo ou mono) de sua transmissão.
Após isto, clique na aba “Server Details” para configurarmos as informações de transmissão de sua web-rádio.
Cada campo deve ser preenchido com os dados de sua web-rádio:
  • Server Type: Selecione o tipo de servidor de sua web-rádio;
  • Server IP: Endereço do servidor da web-rádio;
  • Server Port: Porta de transmissão;
  • Password: Senha de transmissão;
  • Mount: É o local de publicação da transmissão, normalmente configurado com /live.
Ainda nesta aba, podemos também configurar as informações de sua web-rádio, porém, estes campos são opcionais:
  • Station Name: Nome da web-rádio;
  • Station Description: Descrição da web-rádio;
  • Genre: Gênero da web-rádio.
  • Website URL: Endereço do site da web-rádio;
Após isto todas as configurações foram realizadas, basta clicar em “OK” para salvar.
Para iniciar a transmissão, selecione o encoder criado e clique sobre o quinto botão, “Start”.
A BRLOGIC não fornece o download do programa de transmissão Sam Broadcaster. porém caso já o possua, é possível utilizá-lo em conjunto com o nosso Streaming.
Para isso, lhe auxiliaremos em qualquer dúvida que possuir na configuração. Em caso de dúvidas, basta contatar nosso setor de suporte técnico, acessehttp://www.brlogic.com/suporte.php
Ainda não contratou a sua web rádio? Acesse agora mesmo o nosso site e conheça nossos planos de streaming para web rádio.

Macaco dando tiro de fuzil

http://caxalote.com/?p=35812

https://www.youtube.com/watch?v=0U_BdVUgnRc
https://www.youtube.com/watch?v=0U_BdVUgnRc

quarta-feira, 26 de março de 2014

Das Américas Noticias

Fundaçoes e Contenções

As técnicas de perfuração não destrutivas e como contratá-las

Conheça as técnicas para realizar intervenções em redes subterrâneas sem a necessidade de abrir valas

Por Juliana Nakamura
Edição 27 - Maio/2013
 
Sonda de perfuração direcional empregada na etapa de furo piloto para instalação de rede em Maricá (RJ)
A utilização de métodos não destrutivos para manutenção e instalação de redes de água, luz, telefonia e esgoto é uma tecnologia em franca ascensão no Brasil. Na última década, novos equipamentos desembarcaram no País e, embora sejam uma solução inicialmente mais cara, os métodos não destrutivos têm despertado o interesse de administradores públicos, concessionárias e empresas de telecomunicações.
O principal motivo é o menor transtorno provocado no subsolo e no entorno urbano em comparação à abertura de valas a céu aberto. Tal vantagem pode se refletir em menor custo global. Vale lembrar que, no método tradicional de abertura de trincheiras, muito tempo e esforço são dedicados à abertura de vala, ao rebaixamento do nível d' água, à compactação e à recomposição do pavimento. Há casos em que só essas atividades chegam a representar 70% do custo total do projeto.
Empregada para instalação, substituição e reparos em redes subterrâneas, a perfuração não destrutiva traz uma série de vantagens associadas ao fato de provocar menor impacto ambiental, explica João Alberto Nepomuceno, instrutor do Instituto Opus da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), que oferece curso para treinamento e qualificação de operadores de equipamentos de perfuração direcional. Ele cita, por exemplo, o menor tempo de execução e a redução do índice de acidentes, também em comparação à abertura de valas a céu aberto.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Não Destrutiva (Abratt), Paulo Dequech, os Métodos Não Destrutivos (MNDs) são aplicados no País há pelo menos 20 anos, como nas obras do metrô por exemplo. Um impulso importante para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia foi a promulgação de leis municipais como as de São Paulo e Belo Horizonte, que direcionam o MND como um método preferencial para a execução de obras em redes subterrâneas na cidade. "Atualmente, mesmo em áreas rurais, técnicas de métodos não destrutivos, como a perfuração direcional (HDD), vêm sendo utilizadas para transposição de obstáculos naturais como rios, lagos, estradas, montanhas, rodovias e etc.", conta Carlos Fugazzola Pimenta, diretor comercial da Intech Engenharia.
sofia mattos
Perfuradora de microtúnel utilizada na execução do coletor-tronco Jurecê, em São Paulo, evitou transtorno viário em área de grande fluxo de veículos e pessoas em 2,4 km do bairro de Moema
divulgação vermeer
Perfuração não destrutiva guiada a laser
Como contratar?
O edital que envolve a contratação de serviços de perfuração não destrutiva deve garantir que somente empresas qualificadas participem da concorrência. A comprovação de aptidão pode se dar mediante apresentação de atestados de capacidade técnica, fornecidos por pessoa jurídica, comprobatórios de desempenho satisfatório em contratações com objeto similar ao da licitação.
É recomendável planejar, com tempo, a contratação, dado que a fila pela locação e a compra de muitos dos equipamentos utilizados - e, em geral, importados - é longa, sobretudo no caso de perfuratrizes com diâmetro acima de 1,50 m.
Um aspecto crítico, que muitas vezes põe em conflito contratantes e contratados, diz respeito à falta prévia de cadastro das utilidades do subsolo das grandes cidades. "O ideal é que a empresa contratante já detenha os cadastros e as licenças prévias necessárias dos órgãos municipais e ambientais antes da contratação", recomenda Pimenta. Ele conta que a confiabilidade desses cadastros é fundamental para evitar acidentes.
Contudo, na prática, muitas vezes as empresas têm dificuldades de dar continuidade às obras de instalação de infraestrutura por perfuração direcional, justamente pela falta de disponibilização desses cadastros e licenças. "Nesse ponto, vale à pena termos redundância. Por isso, mesmo com o cadastro em mãos, fazemos o mapeamento para uma conferência, in loco, das redes que ocupam aquele subsolo", comenta Pimenta.
Assim como o mapeamento da área, para o sucesso da empreitada é importante que o contrato seja o mais completo e detalhado possível, abrangendo todas as fases do serviço. As responsabilidades, seja da contratada, seja do contratante, precisam estar bem claras e especificadas.
A etapa de execução precisa estar respaldada em projetos e estudos consistentes, como plano de furo, plano de trabalho noturno ou diurno, definição de acesso para veículos de transporte de água e plano de remoção do material cortado e da lama usada na perfuração. Aliás, é interessante que o edital reforce a necessidade de que todo material escavado deva ser acondicionado, analisado e destinado de forma adequada.
Fiscalização
A perfuração não destrutiva exige que uma série de itens seja verificada pela fiscalização antes, durante e após a execução da obra. Entre eles, destacam-se os planos de furo, os equipamentos que serão utilizados e a capacitação da mão de obra. Entre os problemas técnicos que podem ocorrer, os mais comuns são o calço hidráulico (bloqueio total da coluna que está sendo puxada), o alongamento do produto final e o direcionamento equivocado.
João Alberto Nepomuceno, do Instituto Opus, lembra que a manutenção dos equipamentos de perfuração é de responsabilidade da contratada. "Contudo, a fiscalização tem por obrigação observar se isso está sendo executado dentro dos padrões normais para evitar paradas desnecessárias, com comprometimento do cronograma da obra e consequente prejuízo para ambas as partes", ressalta.
É fundamental que o profissional encarregado da fiscalização tenha conhecimento para analisar documentos e relatórios, como mapeamento das interferências subterrâneas, plano de furo, traçado do furo etc. Segundo Carlos Pimenta, é importante que a fiscalização se atenha à execução do serviço (se o contrato está sendo cumprido em termos de prazo e qualidade). "Dizer como deve ser feito o serviço é função da empresa contratada, que precisa ter essa expertise", conclui.

As técnicas de perfuração não destrutivas e como contratá-las

Conheça as técnicas para realizar intervenções em redes subterrâneas sem a necessidade de abrir valas

Por Juliana Nakamura
Edição 27 - Maio/2013
 
Para construção de redes novas:
Perfuração Horizontal Direcional (HDD)
Usada para a instalação de novas redes, dutos e cabos, essa técnica permite que o traçado da perfuração possa ser reto ou ligeiramente curvo. A direção da perfuração também pode ser ajustada em qualquer etapa do serviço para contornar obstáculos, passar sob rodovias, rios ou ferrovias. Até pouco tempo atrás, a perfuração direcional era usada principalmente para a instalação de redes pressurizadas e dutos para cabos. Mas algumas das máquinas de perfuração e alguns dos sistemas de guia mais recentes já oferecem uma precisão necessária para a execução de redes por gravidade quando há condições adequadas de solo.
ilustrações: daniel Beneventi
Perfuração por percussão e cravação
A perfuração por percussão (earth piercing) é um dos métodos não destrutivos mais difundidos, especialmente para instalação de redes de pequeno diâmetro em distâncias curtas. Pode ser definida como a criação de um furo pelo uso de uma ferramenta que compreende um martelo de percussão, geralmente com a forma de torpedo, colocado dentro de uma carcaça cilíndrica. Durante o funcionamento, o solo é comprimido, e não removido. Trata-se de um sistema sem controle direcional.
A cravação de tubos (pipe ramming) prevê a formação de um furo por meio do avanço de um tubo de aço, normalmente com a extremidade aberta, usando um martelo de percussão instalado no poço de entrada. O solo escavado poderá ser removido por transportador de rosca, jateamento (com água) ou ar comprimido. Também sem controle direcional, a cravação é um método comum de instalação de tubos de aço em linha reta, e é usado com frequência em aterros de rodovias e ferrovias.
ilustrações: daniel Beneventi
Cravação de tubos e microtúneis
A tecnologia de cravação pode ser definida como um sistema de instalação direta de tubos posicionados atrás de uma máquina de escavação. Os tubos são empurrados por um sistema de pistões hidráulicos situados no poço de entrada, de modo a formar uma linha contínua sob o solo. Já as técnicas de microtúneis são definidas como sendo a escavação por uma máquina direcionável com controle remoto, para lançamento de tubos de pequeno diâmetro por pistões hidráulicos, sem possibilidade de acesso humano. Tanto a cravação de tubos, quanto a execução de microtúneis são adequadas em situações em que a rede tem de atender a critérios rígidos de alinhamento e nível. Uma das aplicações mais comuns é em redes de esgoto por gravidade, onde não apenas o alinhamento e a declividade são críticos, mas a profundidade é tal que ambas as técnicas tendem a apresentar vantagens econômicas em relação à instalação com vala a céu aberto.
ilustrações: daniel Beneventi
 fonte;
http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/27/artigo288517-1.aspx

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Edward Mordake e sua "face gêmea maligna".

Edward Mordake e sua "face gêmea maligna".

Edward Mordake foi o suposto herdeiro de um pariato da Inglaterra do século XIX que possuía um rosto adicional na nuca, incapaz de comer ou falar, mas capaz de rir e chorar. Seu caso inusitado ocorreu no início da história médica e é referenciado apenas em relatos de médicos.

Na verdade, a história de sua vida tornou-se tão confusa com o passar dos anos que não há uma data sólida de seu nascimento ou morte, nem fontes concretas para os pesquisadores modernos. Edward teria implorado aos médicos que removessem sua "cabeça demoníaca" pois ela supostamente sussurrava a ele coisas horríveisdurante a noite, mas nenhum médico foi favorável a fazê-lo.

Essa face, por sua vez, ocupava uma parte menor do crânio e exibia certos sinais de inteligência, contudo, dizia-se que ela apresentava intenções bastante malignas. O próprio Mordrake relatava que havia situações em que ele estava triste e sua face de trás ficava rindo como se estivesse zombando de seus sentimentos. Foi dito também que seus olhos acompanhavam o movimento das pessoas ao redor e seus lábios constantemente faziam barulhos assustadores.
Embora nenhuma voz fosse compreensível, Edward jurou que muitas vezes ele era mantido acordado durante a noite por conta dos sussurros de ódio de sua face gêmea maligna (como passou a chamá-la) e dos murmúrios macabros.


Mordake acabou por cometer suicídio aos 23 anos depois que seus médicos desistiram de fazer a remoção cirúrgica de sua segunda face. Edward Mordrake era considerado um talentoso e brilhante músico. A história completa desse sujeito foi perdida no decorrer do tempo, pois seu caso ocorreu no início da história médica. O inglês sofria de uma anomalia conhecida como Craniopagus Parasiticus.¹

O caso é relatado no livro Anomalies and Curiosities of Medicine de George Milbry Gould um médico e lexicógrafo americano.

Fontes:
1. Anomalies and Curiosities of Medicine, págs. 188-189. George M. Gould, Walter L. Pyle. Kessinger Publishing. ISBN (2003)

domingo, 2 de fevereiro de 2014


Guerra na internet: PT, PSB e PSDB na rede para eleições 2014


Foto: Reprodução Redes Sociais 


Prevendo que a internet terá papel central na campanha deste ano, os três principais nomes da corrida presidencial já se mobilizam para a disputa dos votos dos usuários das redes sociais.

O embate entre petistas e o governador pernambucano e provável candidato ao Planalto, Eduardo Campos (PSB), na semana passada, quando um texto publicado na página oficial do PT no Facebook chamou o adversário de "tolo", "playboy" e "mimado", jogou luz sobre o potencial de estrago desse tipo de ferramenta.
A reação foi forte no PSB, que ameaça agora fazer oposição sistemática à presidente Dilma Rousseff no Congresso. O PSDB aproveitou a oportunidade para se solidarizar com Campos e criticar o adversário histórico. Houve polêmica mesmo dentro do PT. "Nunca houve tantos brasileiros na internet. Hoje, quase 50% da população brasileira é internauta.

A estimativa é que esse número chegará a 70% até o fim do ano", afirma Raquel Recuero, pesquisadora de mídias digitais da Universidade Católica de Pelotas (RS) - ela coordena atualmente um estudo sobre o impacto das redes sociais na campanha eleitoral deste ano.

Coisa falsa

Os petistas justificam o investimento na campanha virtual afirmando que já foram vítimas de campanhas difamatórias na internet, como em 2010, quando Dilma foi alvo de uma série de e-mails apócrifos que a acusavam, entre outras coisas, de ser "terrorista", pelo fato de ter participado da guerrilha durante o regime militar.

Agora, quatro anos depois, quando as chamadas "correntes" de internet deram lugar a posts no Facebook e micromensagens no Twitter, o partido volta sua atenção às redes com a contratação de uma agência especializada no tema, a Pepper Interativa, para mapear tudo que é falado sobre a presidente. A ideia é identificar no nascedouro rumores e boatos.

A Pepper possui ferramentas que permitem rastrear perfis falsos, temas recorrentes ligados aos candidatos adversários e golpes baixos. Além da agência, o partido conta com uma equipe de quatro pessoas que produz conteúdo para os canais oficiais: a página do partido na internet, a conta no Twitter e os perfis da presidente Dilma no Facebook.

O PT também espera ter durante a campanha as análises do sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC, consultor e especialista em redes sociais. Pesquisas apresentadas por ele à direção do partido mostram que as redes sociais são o principal ambiente de discussão política na internet: 70% dos internautas brasileiros estão conectados no Facebook e 15% no Twitter.

"Tem muita coisa falsa feita de propósito para confundir as pessoas e parecer que foi o PT", diz Alberto Cantalice, vice-presidente e responsável pela ação do PT nas redes sociais - foi ele quem autorizou a publicação do texto com ataques a Campos na página do partido no Facebook.

Dilma, que havia abandonado as redes sociais após as eleições de 2010, voltou a usá-las em setembro de 2013. Desde então, faz comentários diversos no Twitter e anuncia medidas do governo.

 Uso da máquina

Se os petistas acusam os adversários de terem promovido uma "guerra suja" em 2010, os tucanos respondem acusando a presidente de usar a máquina para ampliar a capilaridade das redes sociais. "Eles têm uma rede de guerrilha na internet que nos ataca o tempo todo.

Foi montada pelo ex-ministro Franklin Martins e foi por ela que a presidente Dilma Rousseff fez chegar a todos os servidores públicos a sua mensagem de Natal", afirma o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e um dos principais aliados do senador Aécio Neves, provável candidato ao Planalto.

O ex-ministro da Comunicação Institucional de Lula nega as acusações. "Isso não é verdade. É uma bobagem imaginar que o governo tem que estar por trás para que a sociedade faça qualquer coisa." Durante a campanha, a agência Pepper, dos petistas, será subordinada ao marqueteiro João Santana.

Embora seja muito citado por petistas como provável coordenador da estratégia de comunicação, Franklin Martins diz que ainda não recebeu nenhuma proposta oficial para trabalhar na campanha.

 Profissionalização

Depois de assumir a presidência nacional do PSDB no ano passado, Aécio profissionalizou a estrutura de comunicação do partido nas redes sociais. Para unificar e capilarizar o discurso da legenda e dar viabilidade ao seu projeto presidencial, ele passou a promover em Brasília encontros da sua equipe com os assessores de imprensa dos 27 diretórios estaduais tucanos, além dos profissionais responsáveis pela comunicação das bancadas do PSDB no Congresso.

 Para a campanha, o nome mais cotado para cuidar das redes sociais é um velho conhecido dos petistas mineiros: o programador Pedro Guadalupe. Em 2012, ele trabalhou na equipe de João Santana que fez a campanha de Patrus Ananias para a prefeitura de Belo Horizonte. No ano seguinte, mudou de lado. Estava contratado pelo PP, partido do vice-governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, quando começou a se aproximar da equipe de Aécio.

 Para impressionar o provável candidato, produziu no Youtube um vídeo polêmico, onde fez um clipe com uma paródia da música "Faroeste Caboclo" com críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O material fez tanto sucesso nas redes sociais que o filho de Renato Russo, Giuliano Manfredini, ingressou com um pedido na Justiça para que o vídeo fosse retirado.

 "Eu quis mostrar serviço, literalmente", diz Guadalupe. Pouco tempo depois, passou, segundo ele, a prestar assessoria informal à equipe do senador. Uma vez fechado o contrato, Guadalupe terá de se mudar para São Paulo, onde o PSDB montará sua base de internet, a ser comandada por Xico Graziano, diretor do Instituto Fernando Henrique Cardoso e ex-chefe de gabinete do ex-presidente.

 Já pensando na campanha, Guadalupe conta que montou um "casting" com atores sósias de Lula e Dilma. "O uso desses atores vai depender muito da situação", diz.

 Resposta automática

 Campos não tem o hábito de navegar nas redes sociais. Mesmo assim, são raros os comentários em posts feitos em sua página no Facebook que ficam sem resposta. No sábado, por exemplo, ele foi acusado por uma internauta chamada Ana Maria de censurar seus comentários "por medo do PT".

 Menos de 20 minutos depois, veio a resposta: "Não temos medo de partido nenhum (...) Quem tem medo, Ana Maria, é quem não quer que as coisas mudem, porque vão mudar". A atual de equipe de Campos para a função é formada por dois diretores de arte, dois redatores e três analistas de mídias sociais.

 Um dos coordenadores da candidatura de Campos, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) afirma que haverá dois tipos de eleitor no ano que vem: o das grandes cidades, que terá bandeiras específicas, como a denúncia dos gastos excessivos com os estádios para a Copa, a promessa não cumprida de vias para melhorar o trânsito e a mobilidade urbana, e o dos municípios pequenos, onde não haverá jogos da Copa do Mundo.

 Conhecimento

Delgado lembrou que a Rede Sustentabilidade levou para o PSB um forte conhecimento do uso das redes sociais. Ele acha que esse fator será fundamental para definir se Aécio ou Campos vai enfrentar Dilma no 2.º turno da eleição, porque um deles terá de conquistar o eleitor pela internet, visto que terão muito menos tempo de propaganda na TV do que a presidente da República em sua campanha pela reeleição.

 O coordenador das redes sociais do PSB será Cássio Martinho, hoje porta-voz da Rede, juntamente com a ex-ministra Marina Silva. Coordenador na internet da campanha de Dilma em 2010, Marcelo Branco diz que em 2014 a rede social será muito importante para qualquer candidato. "No espaço da rede social o eleitor se torna o dono de sua própria opinião.

 É ele que diz o que quer. É ele que organiza protestos como os de junho, quando milhões de pessoas que nunca se viram se transformaram num corpo só que se movimentou rumo a um objetivo. É preciso lembrar que na internet o que existe é interação e é essa interação que vai prevalecer."

 As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.